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domingo, 30 de junho de 2013

PORQUE TÃO IMPORTANTE?


Hoje em dia a palavra da moda é: Conseguir as certidões negativas de débito. Você sabe exatamente o que é isso, quando você ouve algum dirigente do clube fala sobre esse assunto?

Esse assunto é atualmente o grande cenário dos maiores clubes do futebol brasileiro, 99% dos gigantes da primeira divisão tem dívidas com a receita federal, seja dividas de impostos ou dívidas trabalhistas. As péssimas administrações patrimoniais dos clubes brasileiros ao longo dos anos, gerou dívidas gigantescas, algumas delas chegando a serem praticamente impagável. 

Mas o que de fato influencia na vida do clube de futebol? Simples, sem essas certidões, as verbas de patrocínio não podem ser liberadas para contratações e etc. Essa falta de responsabilidade fiscal, por exemplo, contratar um grande medalhão do futebol e não conseguir arcar com despesas de salários e etc, transforma em uma ação trabalhista, logo após o vinculo empregatício. Quando não há pagamento dessas obrigações, isso se torna divida com a justiça, que na maioria dos casos sempre expede mandatos de penhora de bens ou rendas de jogos.

A certidão negativa de débitos é um documento emitido pela Receita Federal que comprova que você não possui débitos junto a órgãos públicos. A certidão emitida pela Receita Federal não abrange os débitos enviados ou inscritos na Procuradoria da Fazenda Nacional. Esse documentos emitidos pelos órgãos públicos declarando que uma determinada empresa não possui débitos ou pendências com aquele órgão na data de sua emissão. Para poder participar de licitações ou começar acordos com os órgãos públicos, como esse de patrocínio do Corinthians com a Caixa, é necessário que a empresa tire as CNDs tanto dos órgãos municipais, quanto estaduais e federais.

A solução para essa situação seria uma administração mais profissional e comprometida com o futuro do clube, algo muito incomum as passadas, que apenas visavam o trampolim e a exposição que a presidência e a contratação de um grande jogador lhe dava. Hoje nenhum clube consegue receitas de patrocínios e etc, sem essas tais certidões de débitos. A lei autoriza o confisco de verbas do clube direto da fonte. 


Abaixo, a lista dos grandes devedores do futebol brasileiro.

Confira as dívidas em milhões de reais

(1) Vasco
2011: R$387 milhões
Receita 2011: R$ 137 milhões



(2) Atlético MG
2011: R$ 368 milhões
Receita 2011: R$ 100 milhões



(3) Flamengo
2011: R$ 355 milhões
Receita 2011: R$ 185 milhões



(4) Palmeiras
2011: R$ 245 milhões
Receita 2011: R$ 148 milhões



(5) Santos
2011: R$ 208 milhões
Receita 2011: R$ 189 milhões



(6) Grêmio
2011: R$ 199 milhões
Receita 2011: R$143 milhões



(7) Internacional
2011: R$ 197 milhões
Receita 2011: R$ 198 milhões



(8) Corinthians
2011: R$ 178 milhões
Receita 2011: R$ 290 milhões



(9) São Paulo
2011: R$ 158 milhões
Receita 2011: R$ 226 milhões



(10) Cruzeiro
2011: R$ 120 milhões
Receita 2011: R$ 129 milhões

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O PLANO B SIM, E DAÍ?



Blanc não se mostrou nada incomodado por não ser a primeira opção de Nasser Al-Khelaifi. Durante a apresentação no Parque dos Príncipes, o técnico afirmou que a sua experiência no mundo do futebol lhe tinha ensinado que o mais importante não era ser o primeiro da lista, mas sim ser escolhido. Laurent Blanc encontrava-se sem clube desde que levou a França as quartas-de-final da Euro 2012. O seu ponto alto como treinador aconteceu em 2009, quando se sagrou campeão no comando do Bordeaux. Jogador campeão do mundo com a seleção francesa na copa de 1998.

Na sua primeira temporada no banco de reservas, ele levou o clube a um segundo lugar no campeonato e venceu o pr
êmio de técnico do ano da Ligue 1. Sua segunda temporada foi melhor do que se previa, o Bordeaux venceu os últimos 11 jogos da temporada, estabelecendo um novo recorde de um clube francês de vitórias consecutivas, e conquistou o título do campeonato, três pontos de vantagem pro Marselha. 

Blanc assumiu a França em meio a um caos disciplinar, sua primeira medida foi suspender todos os 23 jogadores da Copa do Mundo 2010, como castigo coletivo. Ele também reverteu a política de fornecer apenas carne halal em almoços da equipe (carne usada pelos muçulmanos que não podem ingerir carne que não essa). Em agosto 2011, em seu primeiro jogo como técnico, a França perdeu por 2x1 para a Noruega, em Oslo. Sua saída do comando da seleção foi logo após a eliminação da equipe nas quartas de final da Euro 2012 para a Espanha.




O que muda no poderoso PSG com a chegada de Blanc? Nos tempos de Ancelotti, o time jogava num 4-4-2 bem cauteloso, o time conseguiu ganhar conjunto, visto que o time era recém montado, o trabalho do Italiano deu muita consistência a defesa, uma das menos vazadas da Ligue 1 da temporada passada que cuminol no título francês depois de 19 anos na fila. Ainda, o trabalho do Ancelotti serviu para transformar o PSG numa equipe respeitada e temida. A saída do italiano para o Real parecia favas contadas.

Blanc não era de fato a primeira opção do Sheik dono do clube francês, mas nesse momento parece um bom nome para o time. Tem um estilo bem diferente de ver futebol do que Carlo Ancellotti. Acredito que o clube conseguirá dar um grande avanço nas questões ofensivas, já que sua seleção francesa sempre era armada no sistema da moda, o 4-2-3-1. Levando em consideração que o atual elenco do PSG é melhor que a seleção francesa, podemos ter a certeza que pelo fato de conhecer bem o futebol local ele pode levar os parisienses ao bicampeonato. Ele chega com um enorme desafio na bagagem, levar o PSG a uma fase final de UCL. Algo que não acontece ao clube desde de 1995 quando foi eliminado na semifinal.

Elenco e dinheiro pra contratar ele terá, isso pode ser um fato contra também, por não ter tanta experiência como técnico a paciência dos torcedores e da diretoria pode não ser tão grande quanto com Ancelotti, que em seu primeiro ano de clube não conseguiu se quer o título do "francesão".

"Não é muito grave não ser o primeiro nome da lista, o importante é ser escolhido no final, e foi isso que aconteceu"


Números de Laurent Blanc com técnico:

Bordeaux: De 2007 á 2010 - 150 Jogos /  90 Vitórias / 28 Empates e 32 Derrotas - Aproveitamento de 60% - Campeão da Ligue 1 e Copa da Liga 2008/2009

França: De 2010 á 2012 - 27 Jogos / 16 Vitórias / 7 Empates e 4 Derrotas - Aproveitamento de 59%


terça-feira, 25 de junho de 2013

PORQUE ANCELOTTI?


A noticia mais interessante que rolou esse meio de semana foi a confirmação da ida de Carlo Ancelotti ao poderoso Real Madrid, talvez uma contratação que já era meio obvia, logo após o anuncio da saída de Mourinho do comando técnico dos merengues, e a vontade do italiano de voltar a um grande cenário europeu. A pergunta que fica é: o que esperar de Ancelotti no comando desse Real ou que Real será esse nas mãos do vitorioso técnico italiano?

A impressão que fica é que ganhar o campeonato espanhol já não é mais o grande desejo do clube de Madrid, os investimentos que são feitos, ano a ano, é sempre pensando na tão sonhada "La Décima", o décimo título de UCL. Mourinho conseguiu levar o Real, nos 3 anos que esteve a frente do clube, de volta a semifinal da competição, mas isso foi pouco. Fora o desgaste já tão conhecido com o terrível vestiário dos merengues. Muitos egos se chocam e as vezes fica insustentável o convívio. 

O sucesso de seu arquirrival, fez com que a mentalidade do clube da capital se modificasse, uma das esperanças com a chegada de Mourinho foi a de o português fazer o time jogar algo bem parecido com o que o Barça pratica jogo a jogo. Em alguns momentos isso foi possível, mas na maior parte do tempo, o clube era sempre surpreendido com fofocas dos vestiários e etc.

Porque Ancelotti? O italiano de 54 anos, não é propriamente um dos técnicos mais ofensivos do mundo. Na prática o grande time ofensivo da vida dele foi quele Milan campeão europeu de 2003 (triste lembrança). Talvez a contratação do técnico italiano é uma tentativa de dar um equilíbrio e uma "pacificação" aos grandes astros do clube.

O que ele leva de vantagem a Mourinho é a falta de uma grande vaidade. Seu tratamento com os jogadores sempre são muito saudáveis, não conheço nenhum história de problemas em vestiários com ele, e olha que ele foi técnico do Chelsea, que é outro lugar bem difícil de trabalhar, por conta do catedráticos.
Em geral seus trabalhos são sempre pautados em times bem postados em campo, defesa sempre muito forte. Seu grande mentor foi Arrigo Sacchi, um dos maiores técnicos da história do futebol mundial.

Curriculum ele tem, por onde passou como técnico foi vencedor. Mais recentemente esteve no PSG e conseguiu tirar o milionário clube francês de uma fila gigante, seus números foram ótimos, levando em consideração que a Ligue 1 não é um grande parâmetro técnico, foram um total de 109 jogos, 67 vitórias, 20 empates e 22 derrotas, aproveitamento de 64%. 

O contrato firmado de 3 anos, parece mostrar que a diretoria madrilenha pensa em dar tranquilidade ao Ancelotti para desenvolver seu trabalho. Ele chega a Madrid com duas dúvidas fundamentais: Cristiano Ronaldo fica? E o que fazer com Kaká? 



TÍTULOS COMO TREINADOR:

Juventus
Copa Intertoto da UEFA: 1999

Milan
Liga dos Campeões da UEFA: 2002-03, 2006-07
Copa da Itália: 2002-03
Campeonato Italiano: 2003-04
Supercopa Europeia: 2003, 2007
Supercopa da Itália: 2004
Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 2007
Chelsea
Supercopa da Inglaterra: 2009
Campeonato Inglês: 2009-10
Copa da Inglaterra: 2009-10

Paris Saint-Germain
Campeonato Francês: 2012-13

domingo, 23 de junho de 2013

O FIM



Um histórico time de futebol espanhol vai fechar as portas, devido à incapacidade de pagar as suas dívidas acumuladas. A imprensa espanhola abriu essa informação essa semana, dando conta que a UD Salamanca, que esteve 12 temporadas na primeira divisão, entrou em processo de falência e por consequência, encerramento de suas atividades esportivas.

"Dizemos oficialmente e com profunda tristeza que o Salamanca fechou suas portas", resumiu ao jornal Marca Máximo Mayoral, presidente administrativo do clube que foi fundado em 1923. O processo de falência vai começar com a venda de todos os bens do clube, por decisão da assembleia de credores.O futuro passará, segundo a Marca, pela refundação do clube a partir das divisões inferiores. Um processo conhecido de alguns clubes que tiveram o mesmo problema, mais recentemente o Rangers da Escócia.

Na temporada que se encerrou, a de 2012/2013, o Salamanca terminou em oitavo lugar na Segunda Divisão B espanhola.

"Hoje é o dia mais triste dos meus 90 anos de história. A suas lágrimas são as minhas. Viverei sempre nos corações de vocês" foi a mensagem deixada pelo clube através da rede social Twitter.



A extinção do Salamanca surge na sequência de uma dívida de 23 milhões de euros. Estava marcada para hoje uma assembleia de credores, que acabouacontecendor devido à ausência do Banco Popular, principal credor do clube.

Segue-se agora um leilão de todos os bens do clube, que terá lugar já esta quinta-feira. O Estádio Helmántico está avaliado em 14,75 milhões de euros, enquanto os jogadores do plantel ainda com contrato custam 200 mil euros.

Na reunião era esperada, entre outros, a presença de um representante do banco espanhol que detém mais de 50% das ações de dívidas do clube, segundo Mayoral, depois desta ausência, não haverá agora condições para pensar no futuro do Salamanca e será iniciado nas próximas semanas o processo de liquidação dos bens do clube.

A equipe foi fundada em 9 de fevereiro de 1923, com o nome de Unión Deportiva Española. Jogando nas categorias inferiores do futebol espanhol, subiu para a Segunda Divisão em 1936, mas a estreia do Salamanca foi adiada em virtude da Guerra Civil Espanhola, interrompendo suas atividades por três anos.

Na metade do Século XX, o Salamanca alternava entre a Segunda e Terceira divisões da Espanha. Sob o comando de José Luis García Traid, osCharros conseguiram dois acessos seguidos, estreando na Primeira Divisão espanhola na temporada 1973/74. Foram sete temporadas seguidas em La Liga, sendo um candidato a vaga em competições europeias, e chegando inclusive a ser semifinalista da Copa del Rey 1976-77.



Após a boa fase, o Salamanca sofreu uma queda de rendimento na década de 1980, chegando a ser rebaixado para a Terceira Divisão. Em 1992, a equipe passou a ser uma Sociedade Anônima Deportiva, incorporando a sigla SAD ao nome.

Sob o comando de Andoni Goikoetxea, os Cherros reviveram parte dos bons momentos da década de 1970, chegando a vencer o Barcelona por duas vezes (4 a 1 - com dois gols do português Pedro Pauleta - e 4 a 3 em seu estádio), o Valencia por 6 a 0 no El Helmántico, e o Atlético de Madri por 5 a 4. Esses desempenhos renderam ao Salamanca o apelido de "Matagigantes". Na temporada 1998-99, a equipe caiu novamente para a Segunda Divisão, perdendo o acesso em 1999-00.

Desde então, o time faria campanhas modestas na Liga Adelante, caindo novamente para a Terceira Divisão em 2004-05, permanecendo por uma temporada. Após outro desempenho fraco em 2010-11, o Salamanca cairia outra vez para o terceiro escalão do futebol espanhol.

sábado, 22 de junho de 2013

O DERBI DA EUSKADI


A Espanha, talvez seja um dos países mais divisos do mundo e carregado de simbolismos, um deles talvez seja a grande ferida aberta de algumas regiões que remontam a idade mais antiga pra contar essa história. Nesse post falarei de uma das regiões mais problemáticas da historia da Espanha a região de Navarro, mais precisamente o País Basco. Muitos são os fatores que separam o Athletic da Real Sociedad, mas para começar, prefiro falar o único fator que une esses dois, o simbolo do país Basco: a Ikurriña, a bandeira basca, símbolo nacional de Euskadi, um dos povos mais antigos da Europa. Apesar de toda a rivalidade esportiva, ambos se intitulam grandes representantes do País Basco. Uma característica que ainda une é o fato dos dois clubes sempre entrarem com a bandeira do País Basco em campo. E ainda a real Sociedad sempre usa a faixa de capitão com a bandeira basco.

Em todo os outros aspectos são rivais, a começar pelas cores, enquanto um enverga o azul o outro é vermelho. A origem dos dois também é muito distinta, um saiu das classes operárias, caso o Athletic, o outro é de origem burguesa, um dos lados apoiava mais as ações rebeldes do extinto ETA, o outro se orgulha de utilizar o nome de Real. Essa rivalidade está sempre entre as duas cidades, a de Bilbao que fica mais ao norte do País Basco e San Sebastián que fica mais ao nordeste com saída para o oceano atlântico, quase divisa com a País Basco francês.

A capital do País Basco se encontra em Vitória (Gasteiz em basco) e Pamplona (Iruñea) é a capital de Navarro, mas Bilbao é a capital religiosa dos Bascos, cidade carregada de simbolismos religiosos, sede dos movimento intelectuais e de lutas pela independência dos bascos, enquanto San Sebastián, sempre foi mais pulsante, mais metropolitana, mais turística, chegando em alguns momentos a ser eleita pela família real espanhola e outras de famílias nobres de toda a Europa, como lugar de veraneio, fazendo com que a «Pérola do Cantábrico» seja um símbolo de riqueza, em oposição à rustica e contestadora Bilbao.


Nos primeiros anos do futebol em Navarro, Athletic e a Real Sociedad tiveram que dividir a hegemonia com outros clubes locais que mandavam no futebol espanhol daquela época, como o Racing de Irún (mais tarde Real Unión), vencedor de quatro Taças do Rei até 1927, o Arenas Club de Guetxo, vencedor em 1919 e finalista em diversas ocasiões, além de vice-campeão na segunda edição da La Liga. Alguns ainda hoje são presença regular no campeonato espanhol, como o Osasuna e o Alavés, ambos da mesma região e também representantes da força da ideologia basca. Sempre é muito difícil pros dois gigantes espanhóis, Real e Barça jogar nessa região; Por exemplo, os jogos entre Athletic e o poderoso Real Madrid em San Mamés tem um numero de 44 Vitórias do Athletic e 33 do Real. No caso do Barcelona, o estádio Anoeta é uma criptonita, 26 vitórias da Real Sociedad e 17 do Barça; Que encontra a mesma dificuldade em relação ao Athletic, em San Mamés, são 43 Vitórias do Athletic e apenas 26 do Barça.

Indiscutivelmente o time de maior sucesso da região é o Athletic Bilbao, o time que só aceita em suas categorias de base jogadores que ou nasceram no País Basco ou são descendentes de bascos, como foi o caso do goleiro brasileiro José Vicente Biurrun. Essa rivalidade aumentou muito quando a Real Sociedad adotou o prenome "Real". Em 1939 começou a Guerra Civil Espanhola, com o fim do conflito, surgiu uma ditadura com grandes inspirações nazistas e com apoio do próprio Hitler inclusive, no comando estava o sanguinário general Franco. Essa ditadura queria "espanificar" o país, ou seja, acabar com as culturas regionais. O uso de qualquer símbolo, ou até mesmo falar qualquer idioma que não fosse o castelhano de Madrid resultaria em prisão e etc. E uma pequena mostra disso foi que o Athletic teve de mudar seu nome para "Atletico". A ordem de fuzilamento contra um presidente do Barcelona foi o incidente mais sério, e que visava mostrar que não haveria espaço para manifestações culturais que fugissem do modelo idealizado pela ditadura. Franco não se cansava de dizer que o Real Madrid era uma das principais bandeiras da "verdadeira" Espanha.



Com o pós-guerra o Athletic e a Real Sociedad perderam muitos jogadores que tinham estado do lado do eixo, derrotados na ocasião, os que sobreviveram ficaram em exílios até o fim do conflito e alguns poderam voltar para casa e regressaram as suas atividades em seus clubes, O athletic se beneficiou disso e se tornou campeão espanhol em 1943.
Nas épocas seguintes, o Athletic teria em Telmo Zarraonaindia, conhecido por Zarra, o goleador herdeiro do Pichichi. Seis vezes melhor marcador da liga, exímio cabeceador, era considerado naqueles anos do pós-guerra a segunda melhor cabeça da Europa, logo depois da de Winston Churchill, que vencera o Prêmio Nobel da Literatura.

A partida entre Athletic Bilbao e Real Sociedad, pelo Espanhol de 76, foi emblemática. A ditadura franquista já agonizava. Aproveitando esse clima, os jogadores combinaram que entrariam em campo com a bandeira do País Basco, lembrando que qualquer manifestação era proibida.



Os jogadores conseguiram combinar isso um dia antes do jogo, e quem ficou com a responsabilidade de confeccionar a bandeira foi Josean de la Hoz Uranda, jogador do Real. Uranda pediu que sua irmã fizesse a bandeira. Mas tudo poderia ter ido abaixo, quando exercito nacional que sempre estava de antenas em pé quando aconteciam esses confrontos pediram para revistá-lo. Por sorte, não viram a bandeira, e conseguiram entrar no estádio com a ajuda de um funcionário. Depois disso, pôde dar a bandeira para os dois capitães poderem entrar no gramado do estádio do Real, o Atocha. O zagueiro do Real, Kortabarria, e o goleiro do Athletic, Iribar, entraram em campo com a Ikurriña (nome da bandeira basca), para o delírio dos 30,000 torcedores, que celebraram juntos, menos o resultado final, que acabou 5 x 0 para a Real. Mas foi uma daquelas partidas em que o resultado pouco importou.O legado daquele ato permanece. Logo em janeiro de 77, a lei que proibia manifestações culturais que contrariassem o franquismo caiu.

REAL SOCIEDAD

ATHLETIC

terça-feira, 18 de junho de 2013

ORGULHO DE UM POVO


A exclusividade de atletas bascos não dura desde a fundação do clube, em 1889. Chama-se Athletic Club porque os seus fundadores eram operários e mineiros britânicos de Bilbau que se juntaram aos bascos que haviam estudado e aprendido as regras do futebol na Inglaterra. Franco, ex-ditador espanhol, tentou limpar as origens britânicas do clube obrigando a mudar o nome para Atlético, mas a medida foi anulada quando o franquismo caiu. No início, havia jogadores ingleses e a exclusividade só entrou em prática a partir de 1912.

Não é obrigatório que os jogadores tenham nascido nos territórios do País Basco espanhol (Biscaia, Guipúzcoa e Álava), Navarra e o País Basco francês (que teve apenas um representante no Athletic, Bixente Lizarazu, que seria campeão mundial com a seleção francesa). Também são elegíveis jogadores que cresceram em Euskadi. Por exemplo, o zagueiro Fernando Amorebieta nascido na Venezuela e jogador da seleçãol venezuelana, mas jogador do Athletic por conta de seus pais serem bascos e crescido na região. Há também o caso de Victor Monteiro Oliveira, que nasceu em Guimarães e que foi para o País Basco acompanhando os pais, imigrantes. Representa o clube desde 2008 e está nos juniores.



Apesar do conceito mais severo de nacionalidade basca, a verdade é que o clube depende muito da sua formação e do recrutamento em outros clubes da região, como o Osasuna, o Alavés e até a Real Sociedad, o grande rival regional - Etxeberria, por exemplo, foi contratado com 17 anos do clube de San Sebastián. E a verdade é que, mesmo estando longe do topo do futebol espanhol, o Athletic é um dos três clubes que nunca caíram para a segunda divisão nacional, os outros são Barcelona e Real Madrid, o quarto clube com mais títulos de campeão oito, e o segundo que mais vezes ganhou a copa do Rei (23, três a menos que Barcelona e cinco a mais que o poderoso Real).

O público na arquibancada atrás dos gol do Athletic canta de forma ritmada as palavras “Herri Norte”, ou “povo do norte”. Alguns torcedores estão até mesmo balançando faixas pedindo pela libertação de membros capturados da organização terrorista basca, o ETA. Outras, misturadas entre a torcida, estão cantando “Vamos matar um espanhol” seguindo a melodia de “When the Saints Go Marching In”. Todavia,os bascos radicais representam uma minoria entre os torcedores do Athletic, que são mais conhecidos por sua educação. Apesar de já ter perdido um de seus membros, Juan Pedro Guzmán, por 11 dias quando este foi raptado pelo ETA, a direção do clube ainda defende uma política de não se meter em nome da “liberdade de opinião”. O Athletic é o maior representante dos bascos. Os seus torcedores se referem ao Estádio de San Mamés, construído em 1913, como sua “catedral”, e qualquer cidadão que se preze tem ingressos para toda a temporada. O clube conta com 34 mil sócios e qualquer um que quiser se associar precisa aguardar por muito tempo em uma longa lista de espera.

A diretoria do Athletic reconhece que os tempos estão mudando. Mas como a grande maioria dos jogadores e todos os cidadãos de Bilbao são contrários à contratação de atletas não oriundos das “canteras” bascas, é improvável que novidades aparecerão em campo tão cedo.



“Nós sabemos que estamos travando uma espécie de cruzada”, diz Fernando García Macua,o presidente do Athletic.

Mas a filosofia do clube é intocável, diz Macua, “porque as pessoas daqui a incorporaram”. Os padrões do Athletic não são apenas uma questão de orgulho nacional para o povo basco. Eles também derivam da vontade absoluta da maioria dos nascidos no País Basco em ajudar a preservar o que consideram ser a magia do futebol dos Leones.

O Athletic foi o último clube na primeira divisão da Espanha a permitir placas de publicidade no seu estádio. Os jogadores do Athletic por muito tempo vestiram uniformes sem patrocinadores e a equipe permanecia contrária em abrir seu capital. No passado, um astro do Athletic tinha que ser de Bilbao ou pelo menos da província de Biscaia. Atualmente, o clube relaxou um pouco suas regras para incluir jogadores das três províncias bascas na Espanha, de províncias adjacentes de Navarra e da parte francesa da região basca.

sábado, 15 de junho de 2013

TCHAU BIELSA, E AGORA?


Essa semana, com a saída em definitivo de Marcelo Bielsa do comando do Athletic Bilbao, alguns nomes foram ventilados pela imprensa espanhola para assumir o cargo. El Loco Bielsa chegou ao clube em 2011 e fez um trabalho de reconstrução, tanto do elenco, quanto de prestígio do clube Basco. Na temporada 2011/2012, foi a mais expressiva, o clube alcançou a final da UEL, sua primeira final europeia desde 1977 e da copa do Rey, ambas com derrotas, mas foi um grande avanço já que a equipe havia se acostumado a brigar contra o rebaixamento.

Bielsa viu sua situação se desgastar em situações como, o atacante Fernando Llorente , cujo contrato estava chegando ao fim, não conseguiu chegar a um acordo de renovação, devido às suas reivindicadões salariais (supostamente muito superior à política do clube) e, quando sua posição tornou-se instável, verificou-se que companheiros de clube e seleção, Javi Martínez , possivelmente, queria deixar o clube. Com a situação financeira do clube relativamente saudável e com poucas alternativas devida a sua política de assinatura Basco, o Athletic tomou uma posição rígida sobre o assunto, segundo o qual nenhuma oferta seria aceita por eles e todos os jogadores que desejavam sair teriam de cumprir o contrato ou algum clube pagasse a cláusula de rescisão do contrato. No caso de Javi Martinez, o Bayern de Munique antes do prazo de transferência concordou em pagar a clausula liberação que era de € 40m, tornando-o jogador mais caro da história do clube alemão. Llorente, no entanto, não conseguiu garantir um negócio e manteve-se um jogador de Atlético no final da janela de transferência.



A situação se complicou ainda mais quando Marcelo Bielsa teve uma grande discordância com os responsáveis que trabalham em melhorias no campo de treinamento do clube Lezama, ele achava que eles eram incompetentes, muito caro e um trabalho muito demorado, comprometendo assim os preparativos da pré-temporada com o plantel. A disputa se deteriorou em uma briga com o chefe desse departamento, Bielsa emitiu um comunicado criticando o trabalho - que a hierarquia do clube estava sendo quebrada. Depois de um tempo, o treinador argentino pareceu ter deixado sua posição de lado e, apesar de o assunto ter acabado e resolvido até por conta da ótima atmosfera do clube , esse ruido evoluiu e chegou ao ponto do presidente Josu Urrutia, ex-jogador do clube, revelar que não haveria propostas para uma renovação para El Loco.

Números de Bielsa a frente do Athletic:

246 Jogos - 119 Vitórias - 59 Empates e 68 Derrotas, Aproveitamento próximo de 49%

2011/2012 - 10 ° Lugar
2012/2013 - 12° Lugar



Alguns nomes foram ventilados, parece que o mais próximo assumir o clube Basco seria Ernesto Valverde, atual técnico do Valência, que não conseguiu classificar o clube para UCL. Valverde chegaria a um clube bem animado com o novo estádio que está sendo construído no lugar do antigo. Esse treinador é relativamente experimentado, tem 49 anos e é ex-jogador do clube. Jogou no clube de 1990 á 1996, fez 177 partidas e 44 gols. Passou pelo clube, assim que se aposentou no início dos anos 2000, esteve inicialmente como assistente e depois assumiu de fato como técnico de 2001 á 2005. Melhor campanha foi em 2004, quando conseguiu um 5° lugar e levou o clube a UEL. Só treinou 5 equipes em sua carreiras, fora o próprio Athletic, Valência, Espanyol, Olympiacos e Villarreal.

Um nome que não foi ventilado, mas é apenas uma opinião do que vos escreve, se obviamente fosse a intensão do clube de manter a filosofia de jogo de Bielsa, o nome que viria muito bem seria o de Gerardo Martinez que atualmente lidera o Newell´s Old Boys, que está a beira de ganhar o campeonato argentino e disputa uma semifinal de libertadores da América. Apesar de não ter uma carreira internacional, é adepto da escola Bielsa de jogar futebol, ao mesmo tempo seria um sopro de mudança, já que Tata Martinez é mais tranquilo e uma manutenção daquilo que deu certo no estilo de jogar futebol.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O FUTEBOL ARGENTINO ESTÁ MORRENDO 2


Por mais que se esforcem para falar apenas de futebol, algumas pessoas que estão no ambiente do futebol argentino continuam a ser faladas pelos seus atos violentos que desvalorizam cada vez mais a credibilidade do esporte no país. Listei abaixo alguns episódios recentes dessa violência seríssima que ronda o futebol argentino.

No primeiro deles, dezenas de bandidos travestidos de torcedores entraram a força no vestiário do Club Atlético Huracán, time que joga a segunda divisão do futebol argentino, depois de um treino, batendo em jogadores e roubando seus pertences. Os criminosos também danificaram carros dos jogadores e demonstram toda a sua fúria por conta da eliminação da equipe para o Godoy Cruz, nos pênaltis, na Copa Argentina.

O clube que se encontra na 9° posição da tabela ficando a 15 pts do objetivo do clube que era voltar primeira divisão da Argentina, tem uma injeção de ânimo, a provável chegada de El Turco Mohammed, que saiu do Tijuana. O presidente do clube Alejandro Nadur, confirmou os fatos e disse que "não entende" o que aconteceu no momento em que ele se preparava para apresentar uma queixa na delegacia.

Enquanto isso, Juan Manuel Llop, o ex-treinador admitiu que sua não renovação de contrato se deveu demais a essa sensação de insegurança que ronda, não só o clube, mas o futebol argentino em geral. Pessoas próximas a jogadores e dirigentes aconselharam os mesmos a abandonar o clube sob alegação de insegurança;



Alguns dias atrás, um grupo de barras bravas se reuniram no treino do Independiente de Avellaneda, que está praticamente rebaixado a segunda divisão do futebol argentino pela primeira vez na história e ameaçaram os jogadores. "Se o time cair, vamos matar todos vocês", disse o atacante Luciano Leguizamón, logo após ao ocorrido. Nos dias depois disso, os jogadores da equipe vermelha treinaram sob escolta policial.

Outro desses recentes atos criminais, teve como vítima o técnico Miguel Angel Brindisi. Ex-técnico do Espanyol, atual técnico dos Rojos, foi assaltado em Buenos Aires quando ele dava uma entrevista por telefone a um programa de rádio.



Brindisi dirigia seu carro pelo bairro de Palermo e decidiu parar para dar uma rápida entrevista para o programa de rádio "Inferno Vermelho", do próprio Independiente, quando homens se aproximaram dele em uma motocicleta e uma arma, ele perdeu a carteira, relógio e o celular. No momento do assalto, o ex-jogador de Boca Juniors e Huracán estava acompanhado por seu assessor, Carlos Squeo, e ambos saíram ilesos.

Cada vez mais a situação fica complicada, tanto para torcedores, quanto pra quem vive do futebol. Em partida realiza no dia 10/06, pela primeira divisão argentina, Estudiantes x Lanús por interrompida após uma briga generalizada na torcida dos granates, visitante na ocasião, o que ocasionou a morte de um torcedor, ficou suspenso a partir das próximas rodadas do campeonato a presença de torcida visitante. Essa proibição se estende a todas as divisões profissionais do país. O que significa dizer que caso Newell´s, River ou o próprio Lanús podem ser campeões sem nenhuma torcida presente, já que jogam fora seus compromissos na última rodada.

Comunicado oficial da AFA:

"A Associação Argentina de Futebol e o Governo Federal decidiram conjuntamente que os próximos dois anos do futebol argentino não haverá a presença de público visitante. Esta medida abrange todas as categorias de futebol argentino"


domingo, 9 de junho de 2013

O FUTEBOL ARGENTINO ESTÁ MORRENDO

A violência no futebol argentino vem alcançando cada vez mais, altos índices de adeptos, dentro e fora da cancha, o que é péssimo para a imagem de um dos países mais apaixonados e dedicados ao esporte. A situação é tão grave, que ano após ano a média de público se torna cada vez mais parecida com a dos campos de futebol no Brasil.

Violência é repetido em todos os fins de semana. Em todos as arquibancadas. Em todos os clubes. Em todos os tempos e em todos os lugares. A questão é se as autoridades podem resolver, ou se existem maneiras de acabar com a violência que assola os estádios de futebol da Argentina.

A decisão de restringir o acesso aos visitantes por cinco anos, provou ser um completo fracasso. As estatísticas atuais indicam que metade dos episódios de violência ocorrem entre diferentes facções do mesmo clube. A violência no futebol não é algo novo. Antes, os hinchas lutavam pela honra e defender as cores do clube. Hoje (com injeção de dinheiro e atenção da mídia) está mudando o cenário. Agora, não importa tanto as cores, o alvo são as vantagens e dinheiro. Pertencente ao grupo de choque tem privilégios: poder, dinheiro e fama. 


O tumulto reflete parcialmente uma sociedade argentina cada vez mais violenta, onde a criminalidade está aumentando. Grande parte da violência pode ser associada a hostilidades entre facções rivais das "barra bravas", a versão argentina de grupos de hooligans que usam os punhos, armas de fogo e facas, operando como pequenas máfias. Eles participam de negócios legais e ilegais, incluindo tráfico de drogas, muitas vezes com a cobertura e a cumplicidade da polícia, políticos e diretores dos clubes, de acordo com promotores e outros que estudam esse fenômeno.

Existem estudos a respeito desse tema que revelam que esses baderneiros estão ganhando mais espaço dentro do próprio clube do que os jogadores e etc. Isso evidencia o poder que esses pseudos torcedores estão adquirindo. Era comum a rápida venda de jogadores de todas as equipes, dificultando sua identificação devido ao curto período em cada clube. E o grande agravante dessa situação toda, é que sabe-se que jogadores e até mesmo dirigentes financiam esses caras em prol de algumas vantagens que podem adquirir com esse apoio que vem das arquibancadas.


Na Inglaterra, muitos hooligans eram homens da classe trabalhadora em busca de uma briga de fim de semana. Na Argentina, as barra bravas têm laços com políticos, com a polícia e com a administração do clube, e alguns de seus líderes ganharam a admiração de jovens torcedores. Os políticos se aproveitam deles como "força de choque" para forçar grupos que apoiam políticos rivais. Promotores acusaram as barras de matar sindicalistas.

O último caso foi no dia 08/06, quando Vélez e All Boys se enfrentavam em Liniers, campo do Vélez, o jogo foi suspenso aos 26 minutos de jogo, torcida do Allbo promoveu um quebra-quebra, que foi utilizada a força policia para tentar conter os ânimos.

Mas para o azar do futebol argentino, isso está se virando contra o próprio esporte, jogadores e dirigentes estão acuados e são ameaçados quando não se dobram as exigências dessas facções. Podemos dizer que criou-se um monstro que está se tornando incontrolável.

Se não houver uma política mais pesada em relação a essa questão, o futebol argentino está com seus dias contados.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

AGUR SAN MAMÉS (KATEDRALA)



Estadio San Mamés, apelidado de La Catedral, foi inaugurado oficialmente em 21 de Agosto 1913, com um jogo entre o Athletic Club e os campeões espanhóis daquele ano, Racing Club de Irun. O primeiro gol foi marcado por Rafael Moreno "Pichichi".

O estádio, inicialmente, contou com uma capacidade de 7.000 lugares, mas expandiu gradualmente ao longo das décadas seguintes. Desenvolvimentos mais significativos começaram na década de 50, primeiro com a construção de uma nova arquibancada principal. Aspecto mais característico do novo estadio é um arco que passa por cima de toda a sua extensão.

Obras continuaram na década de 60 com a construção de duas novas pilastras nas extremidades. O estádio foi concluído no início de 1970, quando um novo setor substituiu os pedaços descobertos.

Estadio San Mamés foi selecionado como uma das sedes da Copa do Mundo de 1982, e como resultado, passou por uma nova série de reconstruções. Ambas as extremidades foi reconstruído e conectado com o suporte principal, que manteve o seu arco em cima. Capacidade foi aumentada para 46 mil lugares, dos quais mais sentado.

Durante a Copa do Mundo, San Mamés sediou três jogos na primeira fase de grupos, todos com a Inglaterra envolvida:

Inglaterra 3 x 1 França - 16/06 - 44.172 Público

Inglaterra 2 x 0 Checoslováquia - 20/06 - 41.123 Público

Inglaterra 1 x 0 Kwait - 25/06 - 39.700 Público

Nas últimas décadas, o estádio sofreu algumas mudanças menores, que incluiu a conversão do estádio em um estádio padrão FIFA.



Ao longo dos anos, o tempo deixou sua marca no estádio, portanto, começou recentemente a construção de um novo estádio ao lado do atual San Mamés. O novo estádio, atualmente apelidado de San Mamés Barria, terá uma capacidade de 54.000 lugares, 10 mil a mais que o atual e será aberto no início da temporada 2013/14.

Bilbao foi uma das primeiras cidades da Espanha a testemunhar o futebol, no início dos anos de 1890, os mineradores britânicos e trabalhadores de fundição, durante a expansão industrial do país, que necessitou da mão de obra estrangeira, chamou a atenção os moradores com suas pequenas partidas de futebol. Em 1894, o melhor desses trabalhadores jogava em uma equipe formada por estudantes enquanto estiveram na universidade na Inglaterra. Um desses alunos, Juanito Astorquia era o cabeça de um grupo que quatro anos mais tarde formaria o Athletic Club.

O clube celebrou recentemente o seu centenário em 1998, mas, tecnicamente, o clube atual não se formou antes de 1901, quando se fundiu com Bilbao Football Club.

No domingo, 26 de maio, 20h em Bilbao, 15h no Brasil, o Athletic Club disputou contra o Levante sua última partida oficial de la liga espanhola no centenário estádio San Mamés, com derrota de 1 x 0, o primeiro estadio erguido para o futebol na Espanha. “La Catedral” será demolida logo depois do amistoso realizado contra uma seleção de Vizcaya, no dia 5 de junho, no qual foi derrotado por 1 x 0, mas o resultado não fez nenhuma diferença. Os torcedores foram convidados a bater uma palma por segundo para cada ano de história de San Mamés. Todos os ingressos para essa última partida oficial foram vendidos, a bola da partida e um ramo de flores foram deixados no centro do gramado, e agora será integrada a obra para que se complete o novo estádio dos rojiblancos, San Mamés Barria.

domingo, 2 de junho de 2013

PORQUE A JUVENTUS?


Os anos 80 foram os anos mais legais de todos, tempos mais simples e sem grandes preocupações modernas do tipo, tem Wi-Fi? Cadê o meu PS3?! Era uma época em que o mundo era bem mais legal. Qual era a diversão das crianças, me incluo, naquela época: Bola de gude, futebol na rua, pipa e por ai vai. Na televisão você tinha algumas opções bem legais de entretenimento, tipo os desenhos, ah!, os desenhos, aquilo era vida para um mundo sem TV a cabo e internet. Era tudo mais tão simples e feliz. 

Essa introdução é pra você que não viveu aquela época e não imagina como nós eramos felizes. Em relação ao futebol, que é a razão desse post, tínhamos poucas opções nesse sentido, época áurea dos estaduais, o campeonato brasileiro não era o principal movimento. Eu vibrei demais inclusive com aquele gol do Cocada, mítico jogador do Vasco, que só entrou fez o gol e foi expulso naquela final diante do rival no ano de 1988. Futebol europeu se resumia ao Calcio, isso mesmo, a maravilhosa Seria A.

Os jogos em geral eram sempre no horário do almoço, por volta do meio-dia dos domingos. Era o grande momento daqueles modorrentos domingos, sim já naquela época eram chatos. O canal era a bandeirantes, aqui no RJ o sinal era péssimo, porque não tínhamos a tecnologia de antenas parabólicas ou cabos óticos na época era bombril na antena de TV para podermos ver os jogos. Sílvio Luiz e Sílvio Lancellotti eram os responsáveis por nos tornar amantes da "futebol da bota".



Esse foi o período do auge da rivalidade entre Milan e Inter, os holandeses no Milan contra os alemães na Inter. Foi um período de confrontos intensos entre os dois países que já possuíam uma rivalidade histórica e cultural. Milan, o time mais poderoso da Europa naquela altura e a Inter era um timaço. Não esquecendo obviamente do grande Napoli de Maradona e etc. Onde entra a Juventus nesse contexto todo? Simples, amor a primeira vista. Somando a isso tínhamos a grande coleção de cards do futebol italiano, o que ajudou demais a fomentar a paixão. Época inclusive que não tinha como comprar camisas ou coisas do gênero, não tinha acesso ao clube, relembrando que não havia a internet.

Não era uma época gloriosa da equipe de Turim, após a época de Platini e etc, o time estava em uma profunda crise técnica. Ainda sim era temida pela camisa. O jogo que me fez prestar atenção naquele time foi um jogo no antigo Delle Alpi, Juventus 4 x 0 Cremonese, time que viria a ser rebaixado naquela temporada de 1989/90. Juve naquela campanha fez uma campanha modesta, ficou em 4° lugar, atrás de Napoli (campeão), Milan e Inter. Foram 44 pontos, 15 vitórias, 14 empates e 5 derrotas.

O time base era: Tacconi, Nápoles, De Agostini, Galia, Bonetti II, Tricella, Fortunato, Rui Barros, Zavarov, Marocchi, Schillaci.
Nada demais né? Mais paixões não se explicam, elas apenas acontecem.